domingo, 29 de março de 2009

02:01

Técnica do Copinho

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Olá...
Como sabem o biberão não é aconselhado, enquanto a amamentação não estiver bem estabelecida, uma vezs que a forma do bebé mamar é completamente diferente num biberão ou numa mama...

Na mama, o bebé tem que colocar a lingua de fora para que esta "massage" a parte inferior da aréola e assim consiga extrair o leite da mama. Além disso o mamilo é apenas uma pequena parte do que o bebé fica dentro da boca, pois uma boa pega, envolve o mamilo mas essencialmente a parte inferior da aréola.

Num biberão, o bebé coloca a lingua para atrás para poder travar o fluxo de leite que sai sem qualquer controlo do bebé, o bebé frequentemente ingere leite a mais por não ter controlo sobre o fluxo do biberão. além disso a tetina (que tenta imitar o mamilo) é tão grande que por norma o bebé não consegue colocar na boca mais nada... sendo que por esta razão, quando volta à mama, sente dificuldade em readaptar a posição da lingua, mamando apenas no mamilo.

Esta situação pode causar, não só as "famosas" fissuras e gretas, mas também uma extracção de leite ineficaz e por consequencia uma insuficiente ingestão de leite.

Para as mamãs que a determinada altura, sentem necessidade de introduzir o biberão (porque se ausentam, etc), mas o bebé ainda está numa fase em que pode criar confusão de mamilos, criei esta imagem para vos ajudar a entender o que é a técnica do copinho.

Os copinhos utilizados, deverão ser transparentes e pequenos.
Mas não precisam de comprar copos especificos, se tiverem em casa algum copo com as mesmas características.

Aqui fica a imagem:




E já agora aqui fica também um filme:

Bjinhos
BABS
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quinta-feira, 26 de março de 2009

09:34

BabyGYM - OPEN DAY

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Olá...

Tal como já vos tinha falado num post anterior, vamos dar inicio às aulas de BabyGYM em Linda-a-Velha...

Aulas de BabyGYM na HUG:

2ªs Feiras
16h00 - Nivel 1 + 2 (9 aos 18 meses)
17h00 - Nivel 3 + 4 (18 meses aos 3 anos)
18h00 - Nivel 5 (4 aos 5 anos) (actividade individual - Sem pais)

No entanto, acreditamos que todos os papás e filhotes devem experimentar a dinãmica da aula, e para isso organizámos um OPEN DAY desta modalidade.

Será no dia 20 Abril (2ª Feira) nas horas previstas para cada nivel.

Inscrevam-se atraves dos contactos que estão na imagem ou para o meu tm (927181198)

Aqui fica o Flyer

Bjinhos
BABS
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terça-feira, 24 de março de 2009

14:17

BABY GYM - Actividades para bebés e crianças

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O BabyGYM – Ginástica para bebés/pais e crianças é um programa de educação pelo movimento que permite aos professores ajudarem os bebés e as crianças a desenvolverem-se física, emocional, social e intelectualmente. Dá igualmente aos pais a oportunidade de estarem mais tempo com as suas crianças de uma forma descontraída, recompensadora e partilhando a sua alegria e evolução.

No BabyGYM as crianças têm a oportunidade de serem eles próprios e de se divertirem sem pressão.

O BabyGYM promove no bebé e na criança:

- A auto estima e a confiança;
- O auto controle e disciplina;
- A atenção e a capacidade de ouvir;
- Capacidade de resolver problemas e perseguir objectivos;
- Aquisição de skills sociais e de relacionamento com os outros;
- Desenvolve a coordenação motora geral e fina, e o desenvolvimento emocional, e emocional social criativo;
- Cria hábitos e prazer na actividade física desde cedo, combatendo assim a obesidade infantil.


O programa BabyGYM

-Ginástica para bebés/pais e crianças está dividido em dois estágios:
9 meses a 36 meses - ginástica para bebés e pais (actividade sem autonomia);
4 anos a 5 anos - Ginástica para crianças (actividade com autonomia).

Dividimos assim pelos seguintes níveis:
Nivel 1
- 9 - 12 meses
Nível 2 - 12 - 18 meses

Nível 3 - 18 - 24 meses
Nivel 4 - 2 - 3 anos
Nivel 5 - 4 - 5 anos


Para mais informações contactar:
Bárbara Correia Nunes - 927181198


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13:09

Um grande HUG para todas

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Abriu um novo espaço em Linda-a-Velha dedicado à Família...


É a HUG e tem como missão, reunir num só espaço Fotografia, Preparação para o Parto, Recuperação Pós-Parto, Babyoga, BabyGYM, meditação, massagem infantil, e muito mais...

Um espaço dedicado à experiências em família...

Fui visitar o espaço, e posso dizer que convida mesmo a estar lá... não deixem de o conhecer!!!

É lá que vou iniciar as aulas de BabyGYM já no inicio de Abril...

Vou também acompanhar grávidas na sua preparação para o parto, e realizar alguns workshops temáticos.

Para mais informações contactar:
Bárbara Correia Nunes - 927181198

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terça-feira, 17 de março de 2009

16:29

Maternar

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Nasceu um novo projecto... Não é meu, mas abraço-o como se fosse, pois quando se acredita num projecto, este passa a fazer parte das nossas vidas...

Fui convidada pela Maternar a fazer parte da Equipa... e estou muito feliz, por saber que o meu trabalho vai ser útila a outras pessoas...

Aqui fica um breve resumo do que é a Maternar:

A MATERNAR é uma rede de apoio comunitário, sem fins lucrativos cuja missão é apoiar as mulheres e suas famílias ao longo de todo o processo de maternidade, oferecendo suporte local e informação relevante.Acreditamos que escolhas informadas e confiança no processo proporciona às famílias a oportunidade para vivenciar uma experiência plena e segura de maternidade.

O que fazemos

A MATERNAR disponibiliza um leque de actividades com carácter comunitário das quais se destacam:

a) Grupos de Suporte – Círculos Maternos

O primeiro serviço que a MATERNAR proporciona a todos os que se queiram juntar a nós, são os grupo de suporte. Estes grupos, moderados por uma facilitadora MATERNAR, terão lugar em diferentes localizações do país (actualmente em Lisboa, Porto e Aveiro), em locais agradáveis e acolhedores, onde as mães se sintam confortáveis e entusiasmadas para partilharem as suas experiências, dúvidas, aprenderem umas com as outras, poderem sentir-se acompanhadas e valorizadas no seu papel de mãe e mulher.Neste encontros serão abordados temas relacionados com a gravidez, parto, primeiros cuidados com o recém-nascido, relação com o bebé, vinculação, a família e outros temas de interesse e do âmbito da MATERNAR.Se deseja participar nestes encontros, por favor veja mais informação em Grupos de Suporte

b) Investigação

Uma das vertentes da MATERNAR é uma contribuição na publicação e divulgação de estudos que abranjam a temática da Maternidade. Desta forma, pensamos poder divulgar de forma credível e válida , resultados que ajudem as mães a reflectir e tomar decisões conscientes sobre a forma de viver, ser e educar.Os estudos aqui divulgados, são também ferramentas para os profissionais de saúde que procuram uma constante actualização do conhecimento baseado em evidências.

c) Campanhas

A MATERNAR acredita que as campanhas são necessárias para proteger os direitos à escolha de todos os pais.As Campanhas de divulgação de temas importantes para a saúde e bem estar das mães e seus bebés, são efectuadas atraves da elaboração e distribuição de folhetos, difusão e divulgação através dos media, eventos em escolas ou outros locais apropriados e/ou eventos relacionados com a maternidade.Esteja atento às novidades.

d) Educação

Sendo a actividade da MATERNAR centrada na mãe/família e seu acolhimento e relação com o bebé, a vertente educativa é inevitável.Pretendemos realizar sessões de esclarecimento, debate e informação, sobre uma vivência saudável e consciente da gravidez, promover o parto fisiológico, e uma relação gratificante e feliz entre as famílias e os bebés. Educar para a cidadania, a responsabilidade e o direito à informação e opção, são também os nossos objectivos.

Espero do fundo do coração que este projecto tenha uma influencia muito positiva na nossa sociedade...

Da minha parte, podem contar com o meu empenho e dedicação...

Bjinhos
BABS
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sábado, 14 de março de 2009

10:45

Desmame

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A propósito dos dois últimos posts, coloco aqui o texto de Elsa Regina Justo Giugliani*

O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie. Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos. Assim, a não amamentação ou amamentação sub-ótima pode favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos “modernos” de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”. Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc.

Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, muito poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. Pois, para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários mitos tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.

O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural.

Sob a ótica de que o desmame é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competêncNegritoias para tal. No desmame natural a criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade. O Quadro 1 apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar pronta para iniciar o desmame:

Quadro 1. Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame

• Idade maior que um ano
• Menos interesse nas mamadas
• Aceita variedade de outros alimentos
• É segura na sua relação com a mãe
• Aceita outras formas de consolo
• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais
• Às vezes dorme sem mamar no peito
• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar
• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar.

É importante que a mãe não confunda o auto-desmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2-4 dias. Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no Quadro 2:

Quadro 2. Vantagens do desmame natural

• Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança
• Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o desmame
• Fortalece a relação mãe-filho
• Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.

Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e ajudá-la nesse processo. O quadro 3 apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê para o desmame.

Quadro 3. Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores

• Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar
• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança
• Flexibilidade, pois o curso é imprevisível
• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão
• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe não deve se afastar neste período
• Ausência de outras mudanças ocorrendo: Ex.: controle dos esficteres
• Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada 1-2 semanas.

A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar.

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e locais.

As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos tais como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Já se avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na década de 30 para dois anos ou mais nos dias de hoje. Atualmente, fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra. Apesar desse avanço ainda estamos longe de encararmos o desmame como um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio, faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo Souza e Almeida, “ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a sociedade”.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

*Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners)

Bjinhos

BABS

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00:00

Programa Fátima 06.03.2009 - Amamentação Prolongada

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Depois de ter escrito o post sobre a Amamentação Prolongada, tive a oportunidade de ver a gravação da entrevista que deu no Programa Fátima (SIC) no dia 06.03.2009




Depois de ver este conteúdo, não pude deixar de enviar para o programa o meu desapontamento relativamente ao modo como a entrevista foi conduzida...

Foi evidente a falta de informação por parte dos apresentadores, revelando uma falta de preparação para conduzir esta entrevista, e a desinformação por parte da Ginecologista/Obstetra Drª Maria do Céu.

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Eis o meu mail enviado:

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"Olá a todos!

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Sou Conselheira em Aleitamento Materno, Educadora Perinatal e antes de mais sou Mãe...

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Foi com grande desapontamento que vi o programa "Fátima" apresentado pela Merche Romero e Carlos Ribeiro, no dia 6 Março (6ª Feira)...

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Nesse programa, foi feita uma entrevista a uma mãe que continuava a amamentar o seu filho de 7 anos... Para mim, a questão parecia muito simples...

Esta senhora queria deixar de amamentar e pediu ajuda para o fazer.

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O que me deixou completamente chocada, foi com toda a fantasia que se fez à volta deste assunto... tornando esta questão, num caso de ficheiros secretos, apresentado mesmo como "Insólito"...

Nesta entrevista foram dadas informações incorrectas e foi dirigida por pessoas que não estavam minimamente informadas sobre a amamentação... E na minha opinião, pior do que a falta de informação que existe sobre este assunto, é mesmo a transmissão de ideias erradas, principalmente através do meio de comunicação mais mediático de todos, a Televisão!

Vou tentar explicar-me por tópicos (é mais fácil para me organizar)

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*Expor uma criança com 7 anos que ainda mama, dizendo-lhe que tal coisa não é normal, não me parece do ponto de vista pedagógico, o mais saudável para ninguém!

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*Os apresentadores Carlos Ribeiro e Merche Romero, não se informaram (pelo menos o suficiente) para conduzir esta entrevista de forma idónea e séria.

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*A Ginecologista/Obstetra Drª Maria do Céu, não só transmitiu algumas informações completamente erradas, como ainda indicou em directo, um medicamento, dosagem e posologia.

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Vejamos:

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Qual a idade normal até que se deve amamentar um filho?

"O Ideal pela OMS seria até aos 6 meses e não se deve ultrapassar dos 2 anos, mas os 6 meses em principio é o suficiente, porque é aquela fase inicial de adaptação do bebé ao mundo"

- A OMS recomenda que a amamentação até aos 6 meses seja em regime Exclusivo, e depois deve-se continuar a amamentar até aos 2 anos ou mais, respeitando sempre o Binómio Mãe/Filho... Quando 1 deixa de querer (mãe ou filho) deve-se iniciar um desmame... Mas não existe um limite definido, nem pela OMS nem por ninguém... Como mamíferos que somos, deveriamos amamentar os nossos filhos até à idade em que estes deixassem de precisar do leite como alimento, essa idade seria mais ou menos entre os 5-7 anos... Em muitas culturas este é o intervalo considerado natural de desmame, embora se respeite sempre quem amamenta menos ou mais do que estas idades!

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Quais são os perigos de continuar a amamentar para além dessa idade de que falou?

"O perigo é mais psicológico até em relação ao bebé... Além de criar uma grande dependência da mãe em relação ao filho, cria do filho em relação à mãe"

- Não existem estudos que demonstrem que exista realmente algum problema psicológico nas crianças amamentadas depois dos 2 anos... Nas culturas cujo desmame é feito mais tardiamente que os 2 anos, não houve nenhum aumento de crianças problemáticas ou com disturbios psicológicos. Neste caso concreto: Não me pareceu que a criança fosse dependente da mãe por causa da mama, até porque a própria mãe diz que há alturas em que a criança não quer mamar... ele só mama porque a mãe tem dores... Se esta criança tiver realmente algum problema psicológico, não deverá ser concerteza por causa da amamentação... Podemos expecular e colocar como hipóteses mais viáveis, a questão de não ter uma figura paterna, o facto da mãe expo-lo na televisão num assunto que ele considera privado, ou até mesmo a razão que leva a mãe a dar de mamar que não é pelo beneficio nutricional nem como acto de amor, mas sim para que ela própria não tenha dores no dia seguinte...Parece-me a mim que culpar a amamentação dos problemas psicológicos possíveis, é uma maneira muito redutora e muito fácil de apresentar a questão!

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"Por outro lado num caso de um casal, a amamentação é complicado... Porque a mama é um símbolo sexual e depois vira biberão"

-Sou casada há 2 anos e meio (namorei antes de casar 7 anos) e amamento o meu filho há 14 meses... Mesmo que no inicio possa causar alguma confusão entre as duas funções da mama, todas estas questões se resolvem falando e com muito amor...Nenhuma mama vira biberão (esse sim... seria um caso INSÓLITO)... os biberãos é que tentam virar mama... mas não conseguem!!!Além disso, também a Vagina é um símbolo sexual, e não vamos deixar de parir os nossos filhos por causa disso, certo?Nem ninguém deixa de comer e falar, porque a boca também pode ser considerado um símbolo sexual...Quem não consegue conciliar maternidade com a Sexualidade, tem que procurar ajuda... nao é deixar de ser mãe para passar a ser amante ou vice-versa.

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"Além disso há uma hormona que está aumentada, que é a prolactina, durante a amamentação, e essa hormona diminui o desejo sexual ou Líbido, e faz mais secura vaginal, e por isso tem também alguns inconvenientes manter (a amamentação) também tanto tempo"

A Prolactina (Hormona responsável pela produção de leite) pode efectivamente diminuir o desejo sexual e diminuir também a lubrificação vaginal... No entanto os niveis de Prolactina tendem a baixar aos valores que a mulher tinha antes de engravidar, depois dos 6 meses de amamentação (ou um pouco antes no caso de ser introduzida a Alimentação complementar mais cedo)... No entanto, podem não baixar, entre outras razões, se a mãe continuar a dar muitas vezes de mamar durante o dia, ou se esta tiver mesmo algum problema hormonal...Como não estive com a senhora entrevistada, não posso saber qual era efectivamente a sua situação... mas a 1ª hipotese é colocada de lado, uma vez que esta mãe dá de mamar apenas 2 vezes por dia (manhã e à noite).

Além disso, ela própria diz que se não der de mamar à noite, acorda com dores... pode mesmo ser um caso de hipergalactia (produção de leite excessiva)... que pode ser diagnosticada com análises específicas.No entanto, caso esta mãe, tenha realmente diminuição de Líbido (porque ela não disse que tinha), é bem mais provavel que seja por ser mãe solteira, com 4 filhos, desempregada... Nesta situação... quem é que não tem a libido diminuida? Eu teria concerteza mais coisas em que pensar que na minha líbido.

Tal como no ponto anterior... Estas questões resolvem-se falando entre parceiros, com muito amor... e não é preciso deixar de amamentar para voltar a ter vontade de ter intimidade com o parceiro... falo por experiência própria :O)

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Apesar da senhora não ter querido perguntar nada à GO, a Drª Maria do Céu ofereceu a sua ajuda:

"Na minha experiência Clinica, o que eu penso de facto é deve preocupar, ao filho principalmente, porque com 7 anos, psicológicamente, começa a ser complicado (...) Deve-lhe dizer, enquanto estiver a dar de mamar, que lhe doi, e deve mostrar sempre uma cara de dor, para ele perceber que é uma coisa desgradável para si"

Em primeiro lugar, esta mãe incentiva o seu filho a mamar, porque tem dores se não o fizer... Agora, vai dizer ao filho que não pode mamar porque lhe causa dor (que a senhora nem referiu isto...)... E estão preocupados com os problemas psicológicos que possam advir da amamentação? Pois... Com este tipo de mensagens para a criança, é complicado ela não ficar confusa...Imaginem uma criança sentir-se responsável por um desconforto da mãe (ainda para mais sendo ela a única figura de progenitores que ele tem)... não é violento?

Um desmame, seja em que idade for, deve ser sempre feito com calma e muito amor pela criança. Decidir que chegou o fim da amamentação nem sempre é fácil, nem para a mãe, nem para a criança... Por isso mesmo, todo o processo, principalmente quando a iniciativa de desmame parte da mãe, deve ser feito com cuidado, não transmitindo à criança ansiedades, etc...

Além disso, pelo que vi, não me parece que a criança seja obcecada pela mama... uma vez que a mãe diz que ele por vezes nem quer... Por isso, para deixar de dar de mamar, não precisamos de transpor para a criança a responsabilidade da amamentação...

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Da maneira como a Drª Maria do Céu falou, deu a entender que a razão pela qual aquela mãe dava de mamar ao seu filho de 7 anos, era porque a criança queria... quando a razão principal eram as dores que ela (mãe) sentia se não desse de mamar.

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De seguida deu algumas indicações para a secagem do peito...

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*Esvaziar o peito (não todo, porque quanto mais leite retira mais leite produz)

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Mas o que me espantou (ou não... nesta altura da entrevista ja nada me espantaria) foi que esta médica receitou em directo um medicamento (principio activo) a sua dosagem e posologia... "Bromocriptina 2,5mg meio comprimido ao deitar"Para além de não ser correcto, prescrever um medicamento publicamente, esta médica não tem qualquer informação sobre o historial clínico desta senhora... E tal como todos os medicamentos existem contraindicações como podem ver AQUI...

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Além disso, esta senhora, já tinha dito que já tinha tomado uns comprimidos (provavelmente com o mesmo principio activo, que são frequentemente prescritos para a secagem do leite) e que tinha sentido muito sono durante o dia (um dos muitos efeitos secundários possíveis deste medicamento)...

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"E não dá mais de mamar"; "Não lhe de mamar nunca mais a partir de hoje"

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Mais uma vez refere o desmame abrupto como sendo a solução.

Vejam este Texto

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Entretanto, deram oportunidade de uma outra mãe participar na conversa, atraves do telefone...

O Carlos Ribeiro apresentou-a "Temos ao telefone a L. tem uma situação, penso, não tão GRAVE, mas de certa forma é semelhante"

Com esta apresentação é dificil uma mãe não sentir que ao dar de mamar ao seu filho (com mais de 2 anos) está a cometer um erro gravíssimo...

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Esta telespectadora que ligou, mostrou-se francamente preocupada com a sua situação... Essa preocupação foi provocada pelo que ouviu neste programa...Aqui fica a prova, do que informações erradas, em directo, dadas por uma médica, podem causar nas pessoas que vêm o programa...

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Julgo que sendo o Fátima um programa de grande audiência, e com um carisma muito grande, terá obrigatoriamente uma responsabilidade acrescida quando transmite informação...

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Há relativamente pouco tempo atrás, o SOS Amamentação esteve no vosso programa, dando algumas informações úteis sobre amamentação, podiam por exemplo, ao preparar esta entrevista, terem-se informado melhor junto de quem em Portugal luta contra a informação incorrecta...

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E quem diz SOS Amamentação, diz outras instituições igualmente activas na promoção do aleitamento materno, como por exemplo a La Leche League Portugal.

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A ideia com que os telespectadores ficaram: (alguns pelo menos)

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*Basta amamentar até aos 6 meses

*Não se deve amamentar mais do que 2 anos

*Não não quiser amamentar mais, posso tomar Bromocriptina 2,5mg meio comprimido por dia e deixo nesse mesmo dia de amamentar... se não conseguir deixar logo de amamentar, faço cara de dor que o meu filho percebe que eu não gosto de o amamentar

*Amamentar depois dos 2 anos causa problemas psicológicos e isso é grave

*Se quero continuar a amamentar, vou perder o desejo sexual e terei problemas de lubrificação vaginal Sugiro que façam uma rectificação da informação erradamente transmitida...

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A produção tem a responsabilidade de estudar o tema, não permitindo que situações como esta, cheguem a público...

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Há mais mães a amamentar crianças depois dos 2 anos do que vocês julgam... mas se não conhecem estes casos é porque este é um assunto antes de mais privado e íntimo, e depois, porque tendo em conta os julgamentos que fazem (tal como aconteceu no vosso programa) as mulheres não têm coragem de dizer que amamentam ha mais de 2 anos, para não serem criticadas sem fundamento.

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Obrigada pela vossa atenção e aguardo uma resposta ao meu mail

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Melhores cumprimentos"


Não faço ideia se levarão a minha opinião em conta, mas pelo menos sinto que fiz a minha parte... o restante não depende de mim...

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Bjinhos

BABS

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terça-feira, 10 de março de 2009

06:36

Amamentação Prolongada

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Nos tempos que correm, muita é a informação que nos chega sobre a amamentação durante os primeiros meses de vida...

Muitas mamãs já sabem o quão importante é dar mama logo na 1ª hora de vida, amamentar em exclusivo nos primeiros 6 meses, as vantagens e desvantagens...

Mas penso que se fala pouco na amamentação prolongada*...

*Entenda-se por amamentação prolongada, bebés amamentados depois do 1º ano de vida...

O R. tem 14 meses e continua a mamar... não é nenhum acto heroico nem coisa que se pareça... tem sido o mais natural possivel, daí me fazer alguma confusão que se espantem quando digo que o R. ainda mama...

Há quem tente me demover, e dizer que já é hora de o desmamar... mas porquê?

Mesmo que a amamentação não trouxesse nenhum beneficio adicional, eu continuaria a amamentar porque adoro e sei que o R. também adora... é um momento só nosso... ele encaixa-se tão bem à minha volta...!!!

Mas para além de adorar, eu sei que estou a contribuir para um crescimento saudável do meu filho, e isso compensa algumas noites mal dormidas...

Por isso, decidi que vou fazer ouvidos de mercador... e vou continuar a seguir o meu instinto de mãe...

No entanto, se achamos que o tema amamentação é um tema polémico, o que dizer do tema "amamentação prolongada"???

Se algumas pessoas não compreendem porque damos de mamar mesmo depois de introduzir a alimentação complementar, como vão compreender que se mantenha a amamentação depois do 1º ano e pelo tempo que o binómio mãe/filho decidir?

Se eu tenho que respeitar uma mãe que aos 2, 4, 6, 8, 10 meses etc.. deixa de amamentar, porquê que essas mesmas mães (ou outras pessoas), não respeitam a decisão de quem quer amamentar por mais tempo?

Quem define o limite?

Quem sou eu para dizer que aquela mãe já devia ter desmamado o seu bebé/criança, se não conheço nada do que os motiva a continuar?

Se AMBOS querem... quem sou eu para lhes dizer que já não se pode mais...

Há pouco tempo atrás, passou na TVI no programa Fátima (mas apresentado por Merche e Carlos Ribeiro) a história de uma mãe com um filho de 7 anos que ainda mamava...

Se eu ouvisse apenas esta frase, não me faria qualquer confusão... Mesmo não sendo meu objectivo amamentar tão tarde, tenho o mesmo respeito que gostaria que tivessem comigo...

Mas ao que parece, esta mãe, dava de mamar porque caso não o fizesse ficava com dores no peito, devido a sucessivos engurgitamentos...

Claro que aproveitaram esta abertura para falarem da amamentação prolongada como uma atitude anti-natura, que para além de não fazer nenhum sentido, que iria provocar problemas psicológicos na criança...

Bem... eu não vi o programa (ainda), mas a unica coisa que posso dizer, é que se existirem problemas psicológicos na criança de 7 anos, não será concerteza pelo acto de amamentar...

Podemos fazer algumas suposições (que não passarão disso mesmo), dizendo que, havendo realmente problemas psicológicos na criança, é mais provavel que existam porque a sociedade condena ferozmente o acto de amamentar crianças mais velhas... ou porque a razão que leva a mãe a amamentar, não é o acto de amor, mas o desconforto que sente quando não o faz... etc, etc...

Não faz sentido atribuir a um acto fisiológico e perfeitamente natural, a culpa dos males de uma sociedade ou de juizo de uma mãe...

Esta mãe, expressou a sua vontade de não dar de mamar, mas que não deixava porque não tinha outra maneira de aliviar a dor que sentia caso não o fizesse...

Comentou que a culpa era do médico por não a ter ajudado a secar o leite, pois o medicamento que ele tinha receitado, davam-lhe demasiado sono (e todos sabemos que uma mãe não pode ter sono assim... quem cuida das crianças? o João Pestana?)...

Claro que quem comentou esta entrevista dizendo que o acto de amamentação a uma criança de 7 anos era quase uma aberração, também defendeu o médico que estava a ser acusado de não ajudar esta mulher...

Mas eu arrisco mesmo em dizer... ou perguntar... Para além do medicamento, que conselhos deu este médico a esta mulher para ela ultrapassar o possivel desconforto (que nela se verificou mesmo) de um desmame?

Que outras alternativas ao "comprimido-maravilha" ele apresentou a esta mulher para secar o leite?

Verdade seja dita... quanto médicos estão REALMENTE preparados para lidar com a amamentação?

A amamentação não faz parte sequer do plano curricular das faculdades de medicina... possivelmente podem falar sobre a fisiologia da mama durante a fase de amamentação, mas não vão muito além disso...

Mas... será que faz sentido existir este tema na faculdade?

É para mim uma pergunta que não tem resposta certa...

Se por um lado faz sentido que os profissionais de saúde tenham mais formação no que diz respeito à amamentação, por outro lado, sendo um acto fisiológico, não deveriam ser os profissionais de saúde a orientar a mãe para a amamentação, mas sim ela propria, talvez com a ajuda dos familiares... e voltamos novamente ao inicio... tendo em conta a lavagem cerebral que muitos dos familiares receberam num passado proximo, de que familiar posso eu contar com uma ajuda verdadeira e com conhecimento de causa?

A minha geração, apesar de existirem as benditas excepções, é considerada a "geração biberão" porque entre 1975-1990 (mais ou menos...) foi o boom dos Leites Artificiais (LA), e foi vendida a ideia que estes leites eram até melhores que o Leite Materno (LM)...

Como então explicar às nossas mães, que afinal estes leites têm sérios riscos para a saúde? Concerteza que sentiram ofendidas... porque dizer que o LA é prejudicial à saúde é praticamente dizer que elas foram más mães e que colocaram a nossa vida em risco, por não nos ter dado de mamar...

O que é importante reter aqui neste último parágrafo, é que a culpa, efectivamente não é da mãe... é antes de mais de quem quis ganhar dinheiro, explorando uma ideia falsa, e colocando em risco a saúde de milhares de bebés... fazendo crer à mãe, que o LA era melhor que o LM ou pelo menos quase tão bom...

É também de alguns profissionais de saúde, alguns por ingenuidade, outros por ganância, que começaram a indicar o LA como o "salvador" dos males de nutrição no mundo...

E para não fugir ao tema (porque me apetecia muito comentar esta ultima frase), relembro que apesar desta campanha pro-LA, não ser na actualidade, tão massiva e explícita, a verdade é que continuamos a sofrer as consequencias da altura em que o LA foi apregoado como o melhor alimento que podiamos dar aos nossos filhos...

Além disso, continua a existir uma camapanha pro-LA, mas agora um pouco mais dissimulada, através do envio de amostras de LA para casa das pessoas, da "guerra" que existe entre laboratórios para ver quem é que fornece o leite a determinado hospital, pois sabemos perfeitamente que uma mãe que deu suplemento no hospital, tem maior probabilidade de continuar com LA quando sair do hospital... e que LA vão escolher!?!? Logicamente que irão dar o que lhes deram na maternidade!!!

Bem... continuando com a amamentação prolongada...

A Natureza, estipulou que os mamíferos fossem amamentados (mamíferos do latim científico mammalia - caracterizam-se pela presença de glândulas mamárias nas fêmeas para alimentarem as suas crias), e que uma vez desmamados não necessitassem mais deste alimento...

Então o lógico seria que o desmame se desse por altura em que o leite deixaria de ser necessário e essencial ao bom desenvolvimento da criança... certo?

Mas então... que altura é essa?

Encontrei num blog um texto muito interessante sobre este assunto: Ver aqui

Ora... Segundo estes estudos o desmame natural da nossa espécie seria entre os 5 e os 7 anos...

Então porquê que fazemos tanto alarido pelo facto de uma mãe amamentar até mais tarde do que 2, 3 anos?
E mais... porque é que o Ser Humano é o único mamífero que continua a beber leite mesmo depois de feito o desmame?

Porque a nossa sociedade, impôs que o desmame deve ser feito mais cedo... baseado na informação errada, com teorias Freudianas sobre a relação mama vs obsessão sexual...

E se apregoa que o leite faz bem à saúde, mesmo havendo estudos que demonstram exactamente o contrário...

Quando o R. tinha 8 meses, uma auxiliar do infantário onde ele anda, que tem uma neta mais velha que o R. 4 dias, disse-me com o peito cheio de orgulho que a filha já tinha tirado a mama à neta...

Pois bem... se ela assim o quer, pois concerteza que faz bem (?!)... Podia ter-me perdido em explicações sobre os malefícios do LA que entretanto ela teve que passar a dar, ou os beneficios do LM mesmo depois de introduzidos os alimentos complementares...

Mas rapidamente percebi que esta pessoa não estava minimamente aberta à ideia de que a filha não estaria a fazer o melhor pela saude da neta... afinal de contas, também ela quando teve a filha, não deu e mamar, porque o seu leite era "fraco"...

E com estas pérolas, transmitimos de geração em geração, que não dar de mamar não faz mal... e mais... que amamentar até tarde, cria problemas psicológicos à criança...

O que significa que nas culturas onde o desmame se faz mais tardiamente do que aqui em portugal, os miudos são todos tarados ou atrasados...

Este tema dá "pano para mangas".. mas por enquanto fico-me por aqui...

Se entretanto achar conveniente, farei as edições necessárias!

Alguns sites/blogs sobre amamentação prolongada:

Humpar

Kathy Dett Wiler

La Leche League

Litgh party

Bjs

BABS

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